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O impacto dos derivativos no mercado de ações

Um estudo inédito sobre como os players institucionais operam opções e derivativos. Entrevistamos gestores do mercado brasileiro de ações e entendemos como os principais players do Brasil utilizam opções para se beneficiarem de momentos de incerteza no mercado financeiro sem aumentar o sharpe e perder rentabilidade.

Nos últimos anos o mercado de derivativos vem se desenvolvendo a passos largos, mais especificamente o mercado de opções de ações no Brasil, para se ter uma ideia hoje em dia  é possível negociar opções do IBR-X 50 (Os 50 maiores volumes da bolsa) de forma tranquila, quando em meados de 2014 apenas VALE3, PETR4 e alguns bancos tinham liquidez para negociar opções na bolsa de valores.

Essa evolução no mercado financeiro do Brasil andou junto com o movimento criado pela XP Investimentos e corroborado mais a frente por bancos como o BTG Pactual, Safra e as demais corretoras, que visam a desmistificação do mercado financeiro. O Aumento contínuo do volume de negociação atraiu uma quantiodade maior de formadores de mercado em opções de ações, os famosos “single names”, como Optiver VOF, Mako Global Derivatives, IMC Trading B.V, Green Post Trading LP, além dos tradicionais bancos gringos como Morgan Stanley, Credit Suisse, Goldman Sachs, BofA e JP Morgan.

Opções: um novo leque de possibilidades

Esse fluxo maior de liquidez atrai continuamente o interesse dos investidores institucionais em utilizar instrumentos alternativos para se posicionar na bolsa além de simplesmente ações. As opções aumentam vertiginosamente o leque de possibilidades de um trader pegar um move de mercado. Vou citar um exemplo dado pelo próprio João Luiz Braga em um trecho de podcast ao qual ele conta que montou um CALL RATIO para as eleições de 2018, a ideia era vender uma call longa e receber um prêmio mais “gordo” e com esse financeiro comprar uma quantidade maior de calls de vencimento curto.

Exemplo:
IBOV @80.000 (OUT/2018)
VENDA 1 CALL MAI/2019 90.000 a 500,00
COMPRA 4 CALL SET/2018 90.000 a 125,00
Paga Zero na Estrutura

Nessa operação o gestor acredita numa alta forte para o curto e médio prazo, pois a sensibilidade das opções curtas são maiores ao preço da ação, assim ele tende a ganhar mais nesse cenário e perderia pouco no cenário de uma queda ou lateralidade do IBOVESPA. Operações como essas saem diariamente no que chamamos de “institucional”, que são as mesas de operações que atendem Fundos de investimentos, Bancos, Hedge funds (Fundos gringos), tesourarias de empresas e seguradoras.

O grande desafio é entender de fato qual a ideia por detrás da operação realizada, ultimamente temos visto um movimento na rede social X (antigo twitter) que é o de tentar adivinhar a operação realizada e interpretar o direcional do ativo de acordo com o entendimento da estrutura de opção negociada. Mas essa pode ser uma armadilha para o investidor de ações, visto que é praticamente impossível entender o direcional da estrutura apenas pelo negócio executado em si.

Compra de Call a Seco: Observando o movimento institucional em opções

Para exemplificar vou trazer um exemplo que trouxe grande prejuízo aos investidores pessoa física, determinado dia, vimos sair negócio em COMPRA DE CALL a seco para as ações de NATURA (NTCO3), BTG PACTUAL (BPAC11), HAPVIDA (HAPV3), 3R (RRRP3) e WEG (WEGE3), naturalmente poderíamos pensar, “Estão acreditando na alta do papel para o curto prazo”, visto que as opções tinham vencimento para setembro/2024 e o negócio ocorreu em Julho/2024.

Porém, não foi levado em consideração a estratégia que o player tomou ao montar essa posição, ele poderia simplesmente estar trocando posições compradas em ações por call seca 70% delta, ou seja, mais “dentro do dinheiro” para limitar a perda em caso de uma queda forte nas ações, perdendo no máximo o prêmio pago. Pra piorar, esse prêmio pago nas opções poderia ser apenas parte do lucro já acumulado com a alta das ações. Veja como a análise pode ser brutalmente mal feita se você não entender o contexto ao qual o mercado institucional opera opções, basicamente a estratégia do player era proteger parte do ganho e continuar exposto a alta das ações, caso os ativos seguissem subindo.

Gerando alpha de forma recorrente

A maioria dos “investidores institucionais” não busca grandes ganhos em um tiro só, mas gerar alpha de forma recorrente e com o menor drawdown possível, logo esse tipo de operação de trocar as ações por calls secas dentro do dinheiro fazem muito sentido, além de gerar caixa você limita o prejuízo, caso ele ocorra. Já para o investidor comum a história pode terminar mal, pois ele acreditou cegamente que haveria uma alta forte no curto prazo, essa emoção pode tê-lo feito investir um valor além do normal percentualmente falando e obter um grande prejuízo caso essas opções virassem pó, ou seja, o mercado caia além do strike das opções escolhidas.

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Insight do Institucional: Alaska Black

Outro exemplo de como o institucional opera de forma estratégica vem do Alaska, dos grandes investidores Luis Alves Paes de Barros e Henrique Bredda, veja esse trecho divulgado em um conference call do fundo ALASKA BLACK:

O Alaska Black, embora esteja 100% comprado em ações, ele não está 100% posicionado em ações, ele pode usar algumas puts vendidas ou algumas calls. Nós vendemos puts “gordas” para gerar caixa (Ex.: Klabin está 18,00, mas vendemos uma put com strike a 30,00). Então quando a bolsa despenca, essas Puts não aumentam nosso risco. Essa liquidez que a gente gera no fundo é pra dar conta de cuidar de dias que o dólar sobe muito…”

Essa estratégia de “fazer caixa”, é uma conta bem simples, se eu compro a 18,00 a ação, gasto mais do que vender uma put no 30,00. Veja no exemplo abaixo:

AÇÃO: 1000 x -18,00 (Preço da ação a vista) = -18.000,00 reais
VENDA DE PUT: 1000 x 12,00 (Prêmio da opção strike 30,00) = +12.000,00 reais

Ou seja, eu posso colocar os meus 18 mil reais no CDI para garantir a operação e ainda receber 12 mil reais de prêmio para ficar exposto ao mesmo risco de estar comprado em ações. Ou seja, faço 30 mil reais de caixa no CDI, seguindo exposto a alta da ação.

Agora imagina quem olha de fora e fica tentando imaginar uma venda de PUT dentro da grana demais, pode pensar: “ESSE PLAYER DEVE ESTÁ ROLANDO UMA OPÇÃO QUE NÃO QUER TOMAR EXERCÍCIO” ou “ESTÁ ACREDITANDO NA BAIXA E COMPRANDO UMA PUT DENTRASSO DO DINHEIRO”.

Mostrei apenas dois casos, mas temos diariamente algumas grandes operações institucionais que acompanhamos, filtramos e entendemos o direcional verdadeiro, de acordo com o nível de preço negociado na opção pela volatilidade implícita e pelo delta feito para entender qual foi a ponta do market maker e qual foi a ponta do player tomar da posição direcional. Usamos nossa expertise de mais de uma década em opções atendendo aos grandes players institucionais para poder tirar a melhor informação e entregar para o investidor em nossa newsletter diária de Operações Estruturadas.

relatório de operações estruturadas de opções da options research

Conclusão

Para concluir, temos visto o institucional movimentando grandes lotes de opções diariamente para se proteger ou buscar um ganho a mais de alpha, essa demanda crescente têm aumentado a liquidez das opções, visto que a demanda do Buy Side (Fundos de investimentos) atrai a liquidez dos market makers globais de opções de ações, como a OPTIVER, IMC, CITADEL, dentre outros já citados no início desse artigo. Ou seja, o investidor pessoa física vai poder operar opções como um profissional quanto maior for o volume de negociação institucional, e com o aumento contínuo a liquidez em vencimento de opção além dos 3 meses.

Isso possibilitaria um aumento de oportunidades como se o investidor que apenas pode comprar, fazer nada ou vender uma ação enxergasse em 1D e com opções ele tivesse uma visão tridimensional, podendo participar da alta de forma limitada, proteger até um determinado patamar, retirar prêmio do mercado caso a ação não suba muito, de fato existem mais de 100 tipos de operações estruturadas que podem ser feitas no mercado com uma maior liquidez no mercado de opções, inclusive proteger seus investimentos da instabilidade política do mercado brasileiro.

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